Sabendo que as Cruziana são um tipo específico de icnófosseis, e que correspondem às impressões dos apêndices locomotores deixadas no acto de obtenção de alimento, resta-nos saber como realmente se alimentavam as trilobites.
“Regressemos ao passado e imaginemos uma trilobite a alimentar-se de matéria orgânica contida nos sedimentos, escavando e revolvendo, “lavrando” o substrato arenoso até atingir a interface deste com um nível argiloso de elevada plasticidade. A depressão gerada no nível argiloso por acção dos apêndices locomotores, à medida que o animal avança processando ao alimento, pôde ser preservada e realçada através de certos mecanismos de fossilização, dando origem às inúmeras marcas serpentiformes que hoje podemos contemplar nas imediações de Penha Garcia” (C. Neto de Carvalho, 2004)